Dia mundial do rádio: 116 anos de revolução e adaptação
O início do século XX foi um período de ouro. Em 1901
enquanto Alberto Santos Dumont sobrevoava o céu da França e desfrutava a leveza
de decolar a bordo do primeiro avião impulsionado por um motor a gasolina, o
físico italiano Guglielmo Marconi, em terra firme, vasculhava ferramentas e
propagava ondas de rádio do sudeste da Inglaterra, usando balões para elevar
sua antena o mais alto possível. Tímido e com ajuda de outros aperfeiçoamentos,
o rádio surgia como uma revolução cultural da comunicação.
A tecnologia mais aclamada da época ganhou o coração do
mundo todo. No Brasil, as primeiras transmissões radiofônicas se tornaram um
marco para o país e para as pessoas que acompanhavam simultaneamente por 80
receptores instalados na cidade do Rio de Janeiro, local escolhido para a
exposição internacional em comemoração ao centenário da Independência do
Brasil, inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa, no dia 7 de setembro de
1922.
Historicamente a trajetória do rádio é construída através de
mudanças e adaptações, mas além disso, ele se tornou uma ferramenta de
confiança, um canal de informação e uma maneira de gerar entretenimento para o
público. Foi pelo rádio que foram apresentadas as primeiras radionovelas: uma
narrativa sonora com dramatização, que foi fundamental para que a história do
rádio se configurasse.
Na década de quarenta os programas policias também fizeram
muito sucesso elevando a audiência e atraindo cada vez mais ouvintes. Antes dos
telejornais no formato tradicional, o rádio também já exercia o trabalho de
noticiar através do programa Repórter Esso, que foi o primeiro noticiário de
radiojornalismo no Brasil e esteve no ar por 30 anos, de 1941 a 1970.
O rádio tem uma grande importância para a construção social,
cultural e política da nossa sociedade. Desde o seu nascimento ele contribuiu
para a disseminação da informação, facilitando a fluidez dos fatos e moldando
um novo estilo de vida. Com o surgimento das novas tecnologias e os diferentes
processos de produções radiofônicos, o mundo teve que se adaptar com os atuais
hábitos culturais.
O rádio é forte e permanece dinâmico, o processo de
convergência tecnológica contribuiu para ampliar novas ações e transformar o
uso das linguagens utilizadas. A
transição para o digital acompanhou essas mudanças, abriu horizontes e
facilitou para que o eixo principal do rádio continue sendo o de informar,
entreter e interagir com os ouvintes. Hoje, nós comemoramos o Dia Mundial do
Rádio com a sensação de pertencer a uma comunidade de quem ouve, produz e
dissemina este meio que está mais vivo do que nunca.
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