Inaugurado em 1884, Engenho Central de Pindaré Mirim completa 135 anos
Um exemplar arquitetônico açucareiro do século XIX, testemunho de um ciclo histórico na evolução da sociedade e economia brasileira.
Inaugurado em 16 de agosto de 1884, o Engenho Central,
Patrimônio Histórico de Pindaré Mirim, está completando hoje 135 anos de
existência. Um dos mais expressivos exemplares dos engenhos centrais
brasileiros é um exemplar arquitetônico açucareiro do século XIX, testemunho de
um ciclo histórico na evolução da sociedade e economia brasileira.
MANIFESTAÇÕES
Foram décadas e décadas de manifestações e tentativas de
conseguir a tão sonhada restauração do Engenho Central. Pessoas como o
historiador Euzamar Medeiros e muitos outros nomes da cultura lutaram por essa
conquista. A Escola João Silva realizou durante oito anos uma manifestação em
frente ao monumento para chamar a atenção da sociedade sobre a importância do
Engenho Central, patrimônio histórico-cultural do município. A ação denominada
o Abraço ao Engenho.
Recentemente o movimento Vida Ao Engenho Central, juntamente
com o Movimento Abraço Engenho. alunos e moradores da cidade fizeram uma grande
caminhada na cidade para chamar a atenção das autoridades para a restauração do
monumento e que estava sofrendo a espera desse momento.
Desde o ano de 2012 que o projeto de restauração estava
sendo desenvolvido pelo IPHAN, mas nunca tinha sido finalizado. Com o objetivo
de cobrar celeridade no andamento do projeto, o ‘Movimento Vida Ao Engenho
Central’, o ‘Movimento Abraço Engenho’ da Escola João Silva, a classe
estudantil, projetos sociais e a população pindareense se uniram em um grande
ato que iniciou em frente à escola Caic e seguiu em caminhada até a frente do
Engenho Central.
Com cartazes e faixas, os alunos do Centro de Ensino “Nagib
Haickel” (Caic), Centro de Ensino ‘Jerusa da Silva’, Centro de Ensino
‘Professor João Cardoso Campos’, Escola Municipal ‘Deputado João Silva’, Escola
Municipal ‘Nazare Jansén’, Colégio ‘Oscar Galvão’ e alunos do Iema, além dos membros do Projeto Vamos
Fazer, Grupo Nação Palmares de Capoeira, Filhos de Pindaré e a sociedade
gritavam juntos a frase “Vida Ao Engenho Central”.
O idealizador do Movimento Abraço Engenho e diretor da
Escola Municipal ‘João Silva’, Márcio Sousa Marinho destacou que o movimento
surgiu há oito anos com uma iniciativa dos professores da referida escola, com
o intuito de chamar a atenção do responsável pela restauração do Engenho
Central, o IPHAN.
Já em 16 de agosto de 2016, após essa grande manifestação
representantes do Movimento Vida ao Engenho Central e Abraço o Engenho foram
convidados para participar de uma reunião na Assembleia Legislativa do Maranhão para tratar do projeto de restauração do
Engenho Central do município.
A Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia
Legislativa do Maranhão (ECD/Alema), por solicitação do deputado estadual Bira
do Pindaré (PSB), recebeu o superintendente do Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional no Maranhão (IPHAN/MA), Maurício Itapary, além
dos membros do ‘Movimento Vida Ao Engenho Central’ que vêm lutando em prol a
restauração do monumento e de representantes da Associação Amigos do Engenho.
A RESTAURAÇÃO
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) concluiu a obra de restauração do Engenho de São Pedro, ou Companhia
Progresso Agrícola, em Pindaré-Mirim (MA), que foi entregue oficialmente à
comunidade no dia 28 de julho de 2018, dia do aniversário dos 95 anos de
emancipação da cidade.
O antigo engenho, tombado pelo Iphan em 1998, passou por uma série de adaptações, que terá
cursos e oficinas na área de cultura, voltados para confecção de instrumentos,
vestimentas, entre outros elementos do Bumba meu boi. Foi construído um
auditório com 154 lugares, biblioteca, salas de aula e laboratórios. Também foi
planejada uma área central livre destinada a eventos e outros espaços
necessários às atividades complementares.
A obra de restauração e adaptação do Engenho Central São
Pedro, foi executada em duas etapas. A primeira, de responsabilidade do Iphan,
compreendeu a contratação do projeto de restauração arquitetônica e projetos
complementares de engenharia no valor de R$ 150 mil, bem como o investimento de
aproximadamente R$ 4,4 milhões na execução dos serviços de restauração dos
elementos estruturais da edificação (alvenarias em tijolo maciço, estruturas
metálicas, cobertura, chaminé, esquadrias); urbanização do terreno da
edificação, construção dos espaços destinados a adaptação do imóvel ao novo
uso; instalação das redes de água, esgoto, drenagem de águas pluviais,
elétrica, telefônica, lógica, sonorização, prevenção a intrusão, prevenção e
combate a incêndio e descargas atmosféricas, climatização, ventilação e
execução mecânica.
A segunda etapa, com recursos do Governo do Estado do
Maranhão, contempla a pintura das novas alvenarias e demais serviços de
acabamento necessários ao bom funcionamento da edificação, bem como prevê a
compra e instalação de todos os equipamentos e mobiliários (equipamentos de
climatização, aquisição de mobiliário, entre outros).
A REINAUGURAÇÃO
Dia 28 de julho de 2018 é uma data histórica para a cidade
de Pindaré Mirim pelo marco que foi a entrega da restauração do Engenho
Central, que há muitas décadas sofria com o abandono e que marcou a luta de
muitos pindareenses para vê-lo revitalizado.
A entrega do monumento contou com a presença da presidente
nacional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
Kátia Bogéa e do superintendente do instituto no Maranhão, Maurício Itapary,
além do prefeito Henrique Salgado, os ex-prefeitos Paruru e Manoel Filho de
Pesão, vereadores, o historiador Euzamar Medeiros e representantes de entidades
que lutaram para ver o Engenho Central restaurado.
Durante a solenidade aconteceu o maior encontro de
manifestações culturais dos últimos anos dentro e fora do Engenho Central. Um
momento marcante para a cidade que completou 95 anos de emancipação política,
ganhando esse imenso presente.
O ENGENHO
Foi edificado no auge da produção açucareira maranhense, se
tornando um propulsor do desenvolvimento tecnológico, pois, como implemento às
suas atividades foi instalada a primeira ferrovia maranhense com extensão de 13 km , ligando o engenho
central ao porto terminal dos canaviais, então conhecido por Santa Filomena. Em
1883, por iniciativa da empresa, os habitantes da região conheceram o sistema
de iluminação elétrica, dando a Pindaré-Mirim a classificação de pioneira no
Brasil.
O prédio sede do Engenho Central São Pedro foi inaugurado em
16 de agosto de 1884. Possui forma retangular medindo 1,8 mil m² de área
construída em três pavimentos, com paredes externas em alvenaria aparente de
tijolos maciços, tendo agregado em sua parte externa posterior uma chaminé com
a altura de cem pés ingleses, cerca de 30 metros .
A estrutura do telhado foi confeccionada com ferro,
sustentada por 44 colunas do mesmo material, coberta com telhas onduladas de
zinco. Toda a estrutura metálica, o maquinário e a aparelhagem foram fornecidos
pela firma inglesa Fawcett, Preston & Cia, de Liverpool, que providenciou,
com sua equipe de engenheiros, mecânicos, operários e pedreiro, a construção do
Engenho e da via férrea para transporte da cana.
A gestão do Centro fica sob responsabilidade do Governo do
Estado do Maranhão por meio da da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação–
SECTI/MA.
Fonte: Portal Pindaré, por William Junior.
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