Preservação da Floresta Amazônica no MA é tema de reunião em Bom Jardim
A preservação do que ainda resta da Floresta Amazônica no Maranhão, foi tema de uma reunião realizada na terra indígena Caru, em Bom Jardim.
O ano em que o desmatamento avançou em quase 30% na Amazônia
termina com índios maranhenses cada vez mais preocupados com o que os resta de
floresta, essa preocupação foi o motivo da convocação de uma reunião na terra
indígena Caru, no município de Bom Jardim, foram convocados representantes da Policia Federal, Ibama,
Funai, e o Instituto Chico Mendes.
A reunião foi liderada pelos índios Guajajaras das terras
indígenas Caru e Pindaré, participaram também índios Awá-Guajá da terra
indígena Awá e Ka'apor da terra indígena Alto Turiaçu. Todos esses índios vivem
em uma grande floresta formada por três territórios indígenas e a Reserva Biológica
do Gurupi.
Na terra indígena Caru são 172 mil hectares de floresta, que
eles se esforçam para preservar, a área é constantemente invadida por
madeireiros e caçadores.
“É necessário mais apoio dos órgãos federais, e mostrar para
o estado qual a importância de preservarmos a nossa natureza, nós preservamos
sim, a nossa luta é exatamente essa, preservar nosso território, e para isso a gente
procurou se organizar junto às outras etnias, nisto está o futuro da nossa
terra, se nós indígenas não colocarmos para proteger, desaparece tudo.” Disse o
Cacique da Aldeia Maçaranduba, Antonio Wilson Guajajara.
Os índios desconfiam que tenham sido os invasores que
causaram o incêndio que destruiu grande parte da mata, há exatamente um ano, na
terra indígena Caru. O fogo só foi apagado quando começou a chover no inicio de
janeiro.
Para se proteger, os índios se organizaram e criaram um
grupo de guardiões da floresta que patrulha a área indígena, também foi criado
o conselho das mulheres indígenas.
“O que a gente está fazendo hoje são palestras educativas em
torno da nossa terra indígena, também conscientizando o que é o trabalho dos
guardiões e o que é o trabalho dos conselhos, e orientando também para a
preservação do meio ambiente”. Disse a Conselheira Macilene Guajajara
ressaltando a importaria da mobilização.
Depois do incêndio a parceria dos índios com o Ibama ficou
mais forte, agora existe em Santa Inês uma base do PrevFogo (Programa de
Prevenção ao Fogo) executado por índios contratados pelo órgão.
“É fundamental que os índios que estão dentro da terra
indígena, que são os moradores da terra, que eles façam esse tipo de ação de
vigilância e monitoramento. Porque eles têm mais facilidade para dizer onde é
que estão os problemas, de onde vêm as evasões. Às vezes é muito mais fácil pra
eles do que propriamente para o órgão de fiscalização que tem de fazer grandes
operações com custos muito elevados. Então eles tendo essa ajuda nesse
monitoramento, essa vigilância interna das comunidades, dos povos indígenas tem
ajudado muito.” Disse a Técnica-administrativa do Ibama, Rosana Carvalhal.
Para que a mobilização das comunidades tenha ainda mais
força os índios resolveram pedir o apoio às autoridades.
“O crime mais comum aqui é o desmatamento e a casca ilegal.
As reuniões indígenas trazem alguns pontos principais, como de onde os
madeireiros estão extraindo madeira e com base nessas informações iniciam-se
investigações pra apurar quem são os responsáveis, pra onde vai essa madeira
ilegalmente extraída.” Disse o Delegado de Meio Ambiente da Policia
Federal, Júlio Sombra.
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