Projeto Escola Legal é implantado pelo judiciário em Bom Jardim

O projeto visa valorizar e estimular a criatividade, o raciocínio, e principalmente a leitura e o desenvolvimento da linguagem escrita em Língua Portuguesa dos alunos.

Lançado oficialmente na manhã dessa segunda-feira (5), em evento realizado no Salão do Júri na sede da Comarca de Bom Jardim, o projeto “Escola Legal - doe livros e ajude a construir uma história” que busca estimular a leitura e a escrita dos alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas municipais de Bom Jardim e São João do Caru, através da arrecadação e doação de livros, foi implantado como forma de promover a educação, visando o pleno desenvolvimento da pessoa em formação e seu preparo para o exercício da cidadania.

O evento foi presidido pelo Juiz Dr. Bruno Barbosa e contou com a presença de várias autoridades, entre elas Dr. Raphael Guedes, juiz idealizador do projeto em Buriticupu, Dr. Francisco Araújo, prefeito de Bom Jardim, Dr. Fábio Santos de Oliveira, promotor de justiça de Bom Jardim, advogados, secretários municipais e vereadores, além de professores e alunos de escolas públicas e comunidade em geral.

O projeto nasceu de uma iniciativa do judiciário, através do juiz Raphael Leite Guedes, titular da 1ª Vara da Comarca de Buriticupu, que criou o projeto “Judiciário na Escola”, servindo de base para a implantação do “Escola Legal” instituído pelo juiz Bruno Barbosa Pinheiro, titular da Vara Única da Comarca de Bom Jardim.

Raphael Guedes conta como iniciou o projeto e os benefícios proporcionados aos jovens. “O projeto foi iniciado quando um dia eu cheguei à minha residência, minha filha de três anos estava debruçada sobre os livros, então eu a chamava e ela não respondia. Eu vi que ela estava ali viajando no mundo do conhecimento, no mundo da imaginação, e pensei, porque não levar essa realidade da boa pratica da leitura e incentivo ao conhecimento para as crianças e adolescentes da comarca, foi quando tudo se iniciou.” Conta o magistrado em entrevista ao atrativafm.com.br.

Juiz Raphael Leite Guedes autor do projeto "Judiciário na
Escola" que já distribuiu 1500 livros em Buriticupu/MA.
“Nós realizamos a publicação de um edital, de uma portaria, angariamos vários parceiros que realizam doações de livros e camisas, comerciantes da comunidade, empresas privadas, juntamente com o apoio do Ministério Publico e da Defensoria Publica, todas as instituições congregadas a proporcionar uma educação de qualidade e a formação de verdadeiros cidadãos. Nós acreditamos que entregando um livro hoje as nossas crianças, amanhã nós estamos retirando a arma de um jovem, livrando ele da criminalidade e do caminho das drogas.” Esclarece Guedes.

“Já foram entregues um mil e quinhentos livros em Buriticupu atingindo diretamente uma população de 100 mil pessoas. E hoje nós viemos fazer a implantação aqui em Bom Jardim, onde mais 40 mil pessoas serão beneficiadas, e nós queremos continuar avançando, pois, o projeto mostra plenamente sua capacidade de ser replicado em qualquer comarca do país. Estou muito feliz de retornar a Bom Jardim, comarca na qual fui juiz titular por um bom tempo, e espero que o juiz titular juntamente com as escolas e os alunos tenham acesso a esses livros, que os alunos possam ler esses livros e sejam o nosso futuro de amanhã.” Ressalta o juiz Raphael Guedes.

O projeto foi acolhido em Bom Jardim, onde ganhou varias modificações para melhor adaptação a realidade do município, como conta o competente juiz Bruno Barbosa Pinheiro.

Juiz Bruno Barbosa Pinheiro implanta o projeto "Escola
Legal" em Bom Jardim/MA e São João do Caru/MA.
“O Escola Legal é um projeto de incentivo a leitura e a escrita. O judiciário tem essa responsabilidade social de contribuir com o crescimento e desenvolvimento dos alunos da rede publica municipal. A gente pegou o ‘gancho’ do projeto inicial do Dr Raphael, de Buriticupu, que já é mais antigo e já está em uma segunda fase de entrega de livros, e trouxemos para cá, dando uma nova roupagem com uma forma de diversificar, mais com a mesma idéia de aproximação, de ter o livro como um ponto básico de materializar esse incentivo e colocar o estimulo a leitura e a escrita. Para que os alunos se engajem nesse mundo, idealizamos um concurso de redação e vamos premiar as melhores redações do ensino médio e fundamental com um Tablet cada.” Esclareceu o juiz Bruno Barbosa, responsável pela implantação do projeto em Bom Jardim e São João do Caru.

Da doação de Livros

Qualquer pessoa pode promover a doação de livros, basta
ir a um dos pontos de coleta indicados.
Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá participar do projeto promovendo a doação de livros de literatura, nos pontos de coleta no Forúm da Comarca, na Rua Nova Brasília, Alto dos Praxedes; na Acesso.com informática e papelaria, localizada na Rua do Comercio, Centro; e na Livraria e Papelaria Moderna, localizada na Avenida José Pedro, Centro, Bom Jardim.

Os livros arrecadados serão entregues nas bibliotecas municipais em funcionamento em Bom Jardim e São João do Caru, a fim de serem disponibilizados aos alunos das escolas municipais e à comunidade em geral, sob o compromisso que os livros doados se destinarão única e exclusivamente ao incentivo à leitura. Os livros passarão a integrar o patrimônio didático e educacional das bibliotecas beneficiadas.

Do Concurso de redação

A escola interessada em participar deverá efetuar sua inscrição, no Fórum local, a partir da qual todos os alunos terão direito de participar do concurso de redação que ocorrerá da seguinte forma: será feita a arrecadação dos livros, que serão posteriormente identificados e alocados na Biblioteca Pública Municipal da cidade de Bom Jardim e de São João do Caru. O aluno participante terá acesso e livre escolha dos livros para sua leitura e posterior devolução à Biblioteca. 

Concurso premiará as duas melhores redações a serem
escolhidas pelo Juiz titular da Comarca.
O aluno também poderá participar com a leitura de livros de sua livre escolha e preferência, que já possua, com a condição de que após a leitura e produção do seu texto deverá doá-lo ao projeto. Cada aluno poderá pegar emprestado o livro na Biblioteca Municipal pelo período de 12 dias, sujeito a renovação, respeitando-se a lista de espera. Cada escola participante deverá classificar, no máximo, 05 redações para ao final entregá-las ao Juiz titular da Comarca, que escolherá dentre elas a melhor.

Cada aluno poderá participar com apenas uma redação, inédita, que deverá retratar a ideia central e ter pertinência com o livro escolhido por ele; O tema e o título da redação deverão estar de acordo com o livro escolhido e o texto será do tipo dissertativo. Os alunos deverão desenvolver texto crítico, em no mínimo 20 e, no máximo 30 linhas, em papel almaço, à caneta, azul ou preta e devidamente identificada com o nome completo do aluno, idade, série, turno e escola em que estuda.

A escola participante ficará encarregada da entrega das redações. Os textos que não obedecerem aos limites de linha e não corresponderem ao tema determinado de acordo com o seu livro serão desclassificados.

Por: Josivan Rodrigues, jornalista 0001819/MA.