Ministério Público oferece denúncia contra ex-prefeita Malrinete Gralhada
Além da ex-prefeita, mais seis pessoas, incluindo empresários, foram denunciados, acusados por fraude em licitações, associação criminosa e falsidade ideológica.
A ex-prefeita Malrinete dos Santos Matos (conhecida como
Malrinete Gralhada) e mais seis pessoas, incluindo empresários e servidores
municipais de Bom Jardim, foram denunciados pelo Ministério Público do
Maranhão, em 29 de maio, pela prática de diversos crimes, entre os quais
fraudes em licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.
Além de Malrinete Gralhada, figuram como denunciados os
empresários Wilson Piaza Rodrigues Pinheiro (representante da empresa Piaza e
Cia) e Lucas Fernandes Neto (da Contrex Construções e Serviços Eireli) e os
servidores municipais Júlia Silva Araújo (ex-pregoeira do município), Maria
Celma Ripardo, Gilvan Cunha de Sousa e Irlene Ribeiro Lima (estes dois últimos
eram integrantes da Comissão Permanente de Licitação).
De acordo com a Promotoria de Justiça de Bom Jardim, as
irregularidades praticadas teriam gerado um desvio de R$ 13.141.831,12 dos
cofres públicos, valor que o MPMA busca ressarcir ao erário por meio da ação.
Um Procedimento Investigatório Criminal instaurado pelo
promotor de justiça Fábio Santos de Oliveira constatou que, desse total
desviado, R$ 3.408.619,76 são referentes às contratações sem licitações; R$
3.203.842,60 foram destinados à Contrex e R$ 6.529.368,76 tiveram como destino
a empresa Piaza & Cia.
O esquema consistia no beneficiamento de empresas
contratadas, inicialmente, sem licitação e, posteriormente, com direcionamento
e favorecimento de procedimentos licitatórios, com provável desvio de recursos
públicos no Município de Bom Jardim.
ENTENDA O CASO
Em 5 de setembro de 2015, Malrinete Gralhada foi empossada
como prefeita de Bom Jardim, logo após Lidiane Leite da Silva ser afastada do
cargo por decisões dos Poderes Judiciário e Legislativo.
No dia 15 do mesmo mês, a então prefeita Malrinete emitiu o
Decreto n° 06/2015 pelo qual instituiu o estado de emergência financeira e
administrativa no Município de Bom Jardim, suspendeu a execução de todos os
contratos celebrados pela gestora anterior e lhe concedeu poderes para
contratar diretamente bens e serviços, sem licitação, pelo prazo de 110 dias,
até o dia 31/12/2015.
Na sequência, empresas amigas foram escolhidas para
contratar diretamente, sem licitação, autorizadas por tal decreto.
Posteriormente, as mesmas empresas agraciadas com as
contratações com dispensa de licitação, venceram diversos procedimentos
licitatórios entre os anos 2015 e 2016, com base nos quais celebraram contratos
milionários com a Prefeitura.
Ao perceberem a ilegalidade, vereadores de Bom Jardim
prepararam uma representação contra Malrinete Gralhada e demais réus e
encaminharam à Promotoria de Justiça de Bom Jardim/MA.
O Ministério Público, então, instaurou procedimentos
administrativos para investigar os fatos. Assim que foram obtidas provas
suficientes para comprovar as ilegalidades, a Promotoria de Justiça de Bom
Jardim ajuizou as Ações Civis Públicas de n°464-84.2016.8.10.0074 em e
416-28.2016.8.10.0074.
Na sequência foi interposta a Ação de Improbidade
Administrativa de n° 1360-30.2016.8.10.0074 (13722016).
Em tramitação na Justiça Estadual, as Ações Civis Públicas
já resultaram em sentenças condenatórias, nas quais consta a anulação dos
contratos celebrados entre os réus, bem como das licitações e dispensas que
deram origem a eles.
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