Paulinha Abelha, da Calcinha Preta, morre aos 43 anos após internação por problemas renais

Vocalista estava internada desde 11 de fevereiro em hospital da capital sergipana.

A cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, morreu nesta quarta-feira (23), aos 43 anos, em Aracaju. Ela foi internada no dia 11 de fevereiro, com problemas renais. A cantora morreu às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissêmico. A informação da morte foi confirmada pela assessoria de comunicação do Hospital Primavera.

Paulinha Abelha foi internada após sentir dores, logo depois de ter chegado em Aracaju depois de uma turnê com a banda, em São Paulo. Dias depois, o caso evoluiu para um coma profundo. Ela estava internada no Hospital Primavera desde o dia 17 de fevereiro, sob os cuidados de equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia.

Nas últimas 24 horas, segundo nota divulgada pelo hospital, Paulinha teve agravamento de lesões neurológicas; a morte encefálica da cantora foi confirmada após exames clínicos específicos.

Uma campanha de doação de sangue foi realizada para a artista, que passava por hemodiálise. Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.

Quem foi Paulinha Abelha

Natural de Simão Dias, em Sergipe, Paula de Menezes Nascimento Leça Viana começou a cantar ainda na infância em bandas do interior do estado. Ela fez parte dos grupos Flor de Mel e Panela de Barro.

O destaque nacional passou a acontecer quando ela entrou para a Calcinha em 1998 e se tornou umas das principais vozes do grupo.

A história na banda teve idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu.

Ela teve três passagens pela Calcinha Preta. Entrou em 1998 e ficou por 12 anos, período de maior sucesso do grupo, quando gravou os hits "Você Não Vale Nada", "Louca Por Ti", "Ainda Te amo" , "Baby Doll" e "Liga Para Mim".

Paulinha saiu para tentar projetos com outros integrantes da Calcinha em 2010, mas não teve grande destaque na cena do forró. Ela voltou em 2014, mas ficou só dois anos.

Desde 2018, ela estava à frente da banda com Silvânia Aquino, Bell Oliver e Daniel Diau.

Paulinha participou do Podcast g1 ouviu para falar sobre os 30 anos do forró eletrônico; ouça abaixo

A Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.

Até a internação de Paulinha no dia 11, o último compromisso do grupo foi a gravação de um podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.

Grande voz do forró

Paulinha Abelha foi uma das maiores vozes do forró eletrônico ao cantar no Calcinha Preta por quase 20 anos.

O movimento que renovou o forró com uma roupagem pop há três décadas não seria o mesmo sem o poder de hinos como "Você Não Vale Nada", "Louca Por Ti" e "Ainda Te amo". Outro marco foi o refrão “Pauliiinha, me diz o que eu façooo...”

A comoção causada pela versão não autorizada de “WIthout You”, de Mariah Carey, cantada pelo colega Daniel Diau, enquanto Paulinha desfilava com visual de gala e cabelo esvoaçante, mostra como ela era uma artista adorada.

Carta de fã virou música

No meio de tantos sucessos, “Paulinha” é uma das músicas que mais marcam a cantora sergipana.

“Paulinha, me diz o que é que eu faço? Paulinha, por que se casou?”, são versos cantados por Daniel Diau.

A letra é uma carta de um fã logo após a cantora se casar.

"Essa música é de 2007, eu era recém-casada. O fã mandou uma carta e o empresário teve essa ideia de fazer uma versão. Na verdade, é paródia, mas a gente chama de versão", contou Paulinha.

A música é uma versão de “Without You”, da Mariah Carey, seguindo uma tendência forte no forró da época de criar versões brasileiras para hits internacionais.

Além dessa, a Calcinha Preta fez “Como fui me apaixonar”, a partir de “Halo”, da Beyoncé, e “Louca por Ti”, de “Dust in the Wind”, do Kansas.