Whatsapp corre risco de ser censurado no Brasil por razões políticas

Aplicativo sofre uma ofensiva de setores ligados à candidatura de Fernando Haddad que exigem limitação no envio de mensagens.

Aplicativo é visto por setores da política brasileira como
ferramenta de proliferação de notícias falsas.
Na última quarta (17), o New York Times publicou um artigo do professor e colunista da Folha de São Paulo Pablo Ortellado em que defendia abertamente a censura do Whatsapp. Também nesta semana, O PSOL entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a suspensão do aplicativo até o fim das eleições. Desde o começo do segundo turno das eleições, o aplicativo sofre uma ofensiva de setores ligados à candidatura de Fernando Haddad que exigem censura.

O artigo de opinião de Pablo Ortellado é intitulado Fake News Is Poisoning Brazilian Politics. WhatsApp Can Stop It (Fake News estão envenenando a política brasileira. O Whatsapp pode parar, em tradução livre). No texto, o professor pede que sejam tomadas algumas medidas. Entre elas: 1º redução o número de reenvios; 2º redução do alcance da transmissão; 3º limitação do tamanho de novos grupos.

O PSOL tentou ir mais longe do que Ortellado e protocolou ação no TSE sugerindo a suspensão do aplicativo. O partido entrou com ação após divulgação de reportagem na Folha de São Paulo em que é denunciado um suposto esquema de envio de mensagens em massa por apoiadores da candidatura de Jair Bolsonaro.

A matéria da Folha de São Paulo foi contestada por não trazer nenhuma prova de suas acusações. Após pressões na internet, o partido tentou camuflar a censura do aplicativo revisando sua ação no Tribunal Superior Eleitoral.

Analistas afirmam que as queixas de setores ligados à candidatura de Fernando Haddad são infundadas. “Foram centenas de novos candidatos eleitos pelo Brasil. Bolsonaro é apenas mais um, entre todos esses, que se beneficiou desse novo cenário. Afirmar que todo esse pessoal gastou milhões no Whatsaap é, no mínimo, uma fantasia”, disse o cientista político Alexandre Borges.